segunda-feira, setembro 20, 2004

Canção do escuro

Eu juro que os vi
Não foi sonho não
Um fantasma branco
E o bicho-papão.

Jogavam xadrez,
Comiam melão.
Um fez xeque-mate.
Comiam à mão.

Avistam-me os dois,
Com a vela na mão:
"Vem juntar-te a nós,
Dançar o malhão!"

Dancei e cantei,
Comi do melão.
O sono voltava
E tãobalalão.

Despedi-me deles
"Txau bicho-papão"
E o fantasma acena,
Lençol de algodão.

Ouvi-os partir
Cantando o refrão.
Voltaram para o escuro,
Dormir num caixão.

10 Comments:

At 20 de setembro de 2004 às 04:25, Anonymous Anónimo said...

Um duo que povoa muitas cabeças na infância :) Adeus, bicho-papão, adeus fantasma branco... olá fantasmas de tantas cores... Beijos :) Carla (papoilas)

 
At 20 de setembro de 2004 às 13:47, Blogger Sonia Almeida said...

eu como nunca fui uma criança normal (nem uma adulta diga-se em abono da verdade, e antes que faças já piadinhas) o meu terror de infância era o Mr. Spock do Star Trek. Enfim... cada louco com as suas manias. Mas gosto muito da tua veia poética. beijinhos

 
At 20 de setembro de 2004 às 15:17, Blogger rfarinha said...

Eles existem... nem que seja no mundo dos sonhos... ;) Bjs

 
At 20 de setembro de 2004 às 16:51, Anonymous Anónimo said...

Putz, desculpa ñ ter comentado antes senhorita, p/ alem da dificuldade inicial e da falta de criatividade (como pode ver) a preguiça nunca ajuda, mas enfim... Gostei do texto, eu adoro tudo q tu escreve... Eu to muito atrofiado p/ escrever, mas prometo q isso vai mudar... Beijos senhorita

Por: d¬¬b

 
At 20 de setembro de 2004 às 20:36, Anonymous Anónimo said...

até que enfim, poesia de jeito. Bjs.

corrupto.

 
At 20 de setembro de 2004 às 23:12, Blogger JPD said...

Exactamente...Divertido, leve e interessante.
...e não foram precisos efeitos especiais!

 
At 20 de setembro de 2004 às 23:41, Blogger Henrique Dória said...

Também gosto muito do teu poema. Faz-me lembrar o Mário Cesariny e um meu amigo,Joaquim Namorado, infelizmente falecido (a morte para alguns é uma grande, grande injustiça) que escreveu este poema, que cito de cor:
CARIDADE
E o moço do cego chegou junto ao abismo/ e disse:/É só mais um degrau.
É sempre bom ler-te, isto é, ler a beleza de braço dado com a inteligência. Beijos.

 
At 20 de setembro de 2004 às 23:42, Blogger inconformada said...

"tão balalão, cabeça de cão, orelhas de gato, não tem coração"
(acho que já não dizia isto há 40 anos...) :-)
Beijo

 
At 20 de setembro de 2004 às 23:53, Blogger AnaP said...

Ah... hoje os fantasmas e papões que nos consomem a existência são bem reais e, portanto, mais temíveis. Beijos***

 
At 21 de setembro de 2004 às 05:48, Anonymous Anónimo said...

olá! belo poema e lindo blog! prazer. bjo.cal
www.debocaembocas.zip.net

 

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